Boas novas, disco invocado, alias segundo disco da banda Bixiga 70, Afro-funk, Beat, Groove and mores! o confere é mais que garantido é certo! Abraço a rapaziada do Bixiga pelo trampo e quam quiser comprar, ouvir ou baixar, visite o site site oficial da banda.”
Foto: Nicole Heiniger
A música é instrumental mas o discurso é claro. Bixiga 70 chega chegando ao segundo disco: o groove ficou mais pesado; guitarras e teclados agora estão na linha de frente junto com os metais; bateria, baixo e percussões impulsionam os arranjos sem massagem; a ira se espalha pelos timbres, pelas linhas melódicas, pelos riffs – a temperatura subiu geral. Terreiro, Jamaica, dinâmicas jazzísticas, Pará, Etiópia e um clima de “blaxploitation à brasileira” se misturam com equilíbrio. A influência do afrobeat – supracitada nas boas críticas do primeiro disco, de 2011 – agora se dilui num mar de referências e o som alcançado identifica a banda como uma impressão digital. A África, afinal, é o mundo inteiro.
O trompete que chora no solo de “Deixa a Gira Girá” (ponto de candomblé, já adaptado pelo trio baiano Os Tincoãs, em 1973); a bateria que demole qualquer tropa de choque em “Ocupaí”; a guitarra que insinua um certo mistério em “5 Esquinas”; o sintetizador que evoca o futurismo em “Kriptonita”; o lamento coletivo na saideira, “Isa”; tudo parece reverberar a frequência que tomou as ruas do Brasil em junho de 2013 – mês em que a banda finalizou este segundo disco, com produção de seus integrantes e mixagem de Victor Rice. O processo de composição coletivo no estúdio e o entrosamento afinado em turnês azeitou – ou melhor, “vinagrou” – a química.
A 13 de maio reflete junho de 2013. É no número 70 da rua mais famosa do Bixiga que a banda ensaia e grava, na sede do estúdio Traquitana, mesmo endereço que, uma vez por ano desde 2007, vê as ruas tomadas para a realização do Dia do Graffiti – mais um exemplo de evento que ocupa as ruas de São Paulo com programação cultural gratuita, ao ar livre. Rua. Ocupação. Música. Não é só no mapa de São Paulo que o Bixiga fica ali colado na Liberdade. Avante!”
Ramiro Zwetsch / Radiola Urbana / Junho de 2013
Gravado no estúdio Traquitana entre 13 e 17 de maio de 2013.
Produzido e arranjado por Bixiga 70.
Gravado por Evaldo Luna, Junior Zorato, Betinho.
Mixado por Victor Rice no estúdio Copan.
Masterizado por Fernando Sanches no estúdio El Rocha.
Foto: Nicole Heiniger
*Deixa a Gira Girá – adaptação do arranjo da faixa de mesmo nome do disco “Os Tincoãs” (1973).
Décio 7 – bateria;
Marcelo Dworecki – baixo;
Cris Scabello – guitarra;
Mauricio Fleury – teclado e guitarra;
Rômulo Nardes – percussão;
Gustavo Cecci – percussão;
Cuca Ferreira – sax barítono;
Daniel Nogueira – sax tenor;
Douglas Antunes – trombone;
Daniel Gralha – trompete.
bixiga70.com
traquitana.or
Comentários