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E continuando a misturar Samba com Samba, ou melhor, com Samba Rock vamos entrar com um Samba que por conta de sua extrema raridade se transformou em um clássico dos salões nas mãos dos discotecários e dançarinos da época. Poema Rítmico do Malandro ou Alucinolandia, composição de Sonia Santos e arranjos de Zito Righi e a nossa musica principal neste disco, mas também vamos encontrar mais algumas perolas como Once In A While e Hert.
Resumindo, este disco de Zito Righi sintetiza bem a busca dos discotecários da época que não se preocupavam nem um pouco em nacionalizar ou internacionalizar o ritmo que trazia a galera pras pistas para dançar, o negocio mesmo era buscar e por a bolacha pra rodar.
Como não encontramos muita coisa a respeito do maestro Zito Righi resolvemos transcrever um texto escrito por Antônio Franco, na contra capa deste disco e transcrito aqui na integra, incluindo se ai os vários pontos e vírgulas. Mas o que nos chama atenção é o fato do escritor nos passar a ideia de que este disco foi o primeiro com o nome de Zito Righi sendo que ao darmos um giro pela net logo nos deparando com discos de Zito gravados em datas anteriores ao deste
E o mestre falou; da pequena e bela cidade interiorana em seu vistoso uniforme, era o alvo das atenções, na praça principal, lugar da retreta, ponto das reuniões. Era ele o maestro Henrique Righi, uma das figuras tradicionais da querida Marques de Valencia. Orgulhava-se de ser musico-professor e sentia-se um pouco triste por notar que seu filho, Agente da Estação, funcionário da Central, nenhum pendor trazia para a musica. Eram vidas amigas, correndo em trilhos diferentes...
E os tempos passaram. E Henrique Righi, ganhou mais um titulo: Avô. Seu neto Zito Righi, fluminense de Mendes, aos seis aninhos, já se fazia entender com um cavaquinho de brinquedo. E o avô sorria. Sabia que era o seu sangue a dar continuidade à tradição da família Righi. A mania do guri pela musica era coisa de berço. Zito era um predestinado. A vizinhança vez por outra, o colhia na solidão, tocando e compondo. E todos diziam: Zitinho será um grande artista...
Zito Righi cresceu e viveu como quase todos. E quando chegou a idade, aliou ao estudo o trabalho, e se tornou tripulante da Panair do Brasil. E em cada canto, em cada pouso descobriam um momento de alegria, pois Zito e os da tripulação improvisavam-se em conjunto musical e viviam toda uma noite de festa. E Zito era o show, alternando na bateria, órgão, saxofone, contrabaixo e piano, instrumentos com os quais já estava familiarizado. Mas o “snob” em todas as andanças era quando chegavam em Lisboa e rumavam todos para o cassino Estoril, o ponto alto para as noites em Portugal e eram recebidos como convidados muito especiais pela direção do Hotel. Eles sabiam que aquela gente trazia a musica brasileira, o ritmo gostoso dos samba. E os portugueses ficavam tristes, quando a turma se despedia. Era a saudade que ficava...
A esta altura já não era mais tripulante. Outro sonho dominava seu mundo. E as afirmações batiam à sua porta, era designado para o baile oficial da posse do presidente Jânio Quadros no Palácio da Alvorada em Brasília. Foi uma consagração interior de definição profissional. Prestigio...
Como todo musico que se presa Zito Righi percorreu as melhores casas da noite carioca, as mais luxuosas, as mais comentadas e frequentadas. Em sua folha de serviços prestados, catalogava mais de 30 gravações, algumas das quais, acusando vendagens excelentes, mas que não constava seu nome, pois vinha atuando com pseudônimos estrangeiros. Diziam os produtores que era uma questão de publicidade. Zito Righi dominava nos mínimos detalhes os segredos da orquestração, arranjos, técnica e estilo musical e em sua bem sucedida carreira, apenas duas paginas do seu livro sonhado ainda não eram realidades. Reuniu pelo talento disciplina e amor à musica, gente nova com ideal zelo à profissão. E constituiu oficialmente seu conjunto com os seguintes nomes- Pistons: Ubiratan e Barcelos, Trombone: Othon, Sax-Barítono: Renato, Órgão: Alberto, Contrabaixo: Paulinho, Bateria: Fernando, Ritmista: Nilo, Guitarra: Jorginho, Crooners: Verinha, (Sonia Santos) e Carlinhos, Saxofone: Zito Righi.
Esta é a primeira pagina. E a segunda, gravar oficialmente com seu conjunto, coisa que até então não acontecera. E esta pagina que custou quase toda uma historia, esta sendo escrito agora e por conta da Hot, A fabrica do Tempo Quente. ALUCINOLANDIA é ritmo quente, tropicante, um cartão de visita no melhor estilo e classe.
Se é um fato, que o brilhante passado de um artista, passado este, construído com sacrifício, dedicação, estudo e sucessos, recomenda por si só, seu presente, o presente pertence a Zito Righi, musico-professor, organista, baterista, contrabaixista, pianista, saxofonista, arranjador e maestro.
ALUCINOLANDIA, de Zito Righi e seu Conjunto, como diria o Maia Cipriano, será tão importante amanha como foi ontem, como hoje o é.
E o saudoso mestre, que regia a tradicional banda de Valencia, onde quer que ele esteja na eternidade, estará sorrindo uma alegria pura, pois seu neto é um pouco de si. É um Righi. É musico de corpo e alma.
Rio, madrugada sem sono e de trabalho, dedicada a Hot e a Zito Righi e seu Conjunto, neste 1969 musicalmente promissor.
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A1 Poema Rítmico Do Malandro
A2 Somos Todos Irmãos
A3 Once In A While
A4 Birimbau
A5 Primeira Conjugação
A6 Bye Bye
B1 Love Is Here To Stay
B2 Isn't A Dream
B3 Sou Feliz Aqui
B4 Adeus Amor
B5 Alvorada
B6 Hert
A2 Somos Todos Irmãos
A3 Once In A While
A4 Birimbau
A5 Primeira Conjugação
A6 Bye Bye
B1 Love Is Here To Stay
B2 Isn't A Dream
B3 Sou Feliz Aqui
B4 Adeus Amor
B5 Alvorada
B6 Hert
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