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Documentário resgata legado de Wilson Simonal e resolve pendenga histórica
ALESSANDRO GIANNINI
Editor de UOL Cinema
"Simonal - Ninguém Sabe o Duro que Dei" resgata o legado musical de Wilson Simonal (1939-2000) e coloca uma pá de cal no episódio que o ligava à ditadura militar. Assinado pelo triunvirato formado pelo humorista Cláudio Manoel e os cineastas Calvito Leal e Micael Langer, o documentário passou por vários festivais ao longo do ano passado e chega ao circuito comercial na sexta (8) com apenas uma mudança. Ganhou a adição de uma cena que mostra Simonal cantando para a seleção brasileira no México.
"Demos muita sorte", disse Langer, em entrevista exclusiva ao UOL Cinema por telefone, do Rio de Janeiro. O documentário "Saldanha", de Beto Macedo e André Iki Siqueira, sobre o técnico e comentarista João Saldanha estava sendo concluído. A equipe de pesquisa do filme havia encontrado nos arquivos do Canal 100 imagens em que Simonal cantava para a delegação brasileira durante a Copa do México. "O nosso filme já estava pronto, mas tivemos que encontrar um espaço pra isso."
O projeto começou a ser levantado em 2002, quando Cláudio Manoel, do programa "Casseta & Planeta", decidiu transformar em filme a história da ascensão e queda de Simonal. O humorista havia lido o livro "Noites Tropicais", de Nelson Motta, e ficara fascinado com a trajetória do intérprete de "Meu Limão, Meu Limoeiro" e de "Pa-tro-pi". Calvito Leal e Langer, que trabalhavam juntos na Conspiração, procuraram-no em 2004, quando tiveram a mesma idéia.
"O Claudio enfrentou dois problemas: a 'turma do deixa disso', que não queria falar sobre o assunto, e uma certa falta de continuidade", disse Langer. "Ele tinha feito apenas quatro entrevistas e estava com o projeto encostado quando entramos em contato com ele."
A despeito do crédito extenso, Langer conta que a divisão de trabalho foi muito justa entre os diretores. Por causa da falta de dinheiro, só trabalhavam dentro das possibilidades de cada um. "Conseguimos captar R$ 50 mil e muita gente que deu dinheiro não quis o nome divulgado", disse ele. "Por isso, a gente demorou tanto pra terminar o filme."
Um grande trunfo do filme são as personalidades que falam. Há nomes como o do jornalista e crítico Nelson Motta, o showman Miele, Sergio Cabral, os filhos de Simonal, Max de Castro e Simoninha. Mas há também depoimentos de figuras sabidamente difíceis de falar como Pelé e José "Boni" Bonifácio de Oliveira Sobrinho. "O nome do Claudio realmente abre portas", falou Langer.
Mas a grande cartada de "Simonal" é o depoimento de Rafael Viviani, contador que teria sido denunciado pelo cantor à polícia, depois torturado e obrigado a assinar uma confissão de que teria cometido desfalque nas contas dele. Foi esse episódio que desencadeou o processo de ostracismo a que a mídia e o público o condenaram até o fim da vida.
"O Viviani é mais importante no filme até do que o Pelé", diz Langer, que foi o responsável pela entrevista. "Contratamos detetive para encontrá-lo, ficamos horas tentando convencê-lo a falar, ele brigou com a mulher na nossa frente, um dos filhos discutiu conosco. Mas ele se convenceu a falar quando usei o argumento de que era a chance de ele se defender."
O lançamento do filme será seguido de outras ações envolvendo o nome de Simonal. Segundo Langer, além do lançamento da trilha sonora, estão previstos os relançamentos dos discos de Simonal e uma série de outras atividades.
Nelson Mota fala sobre a vida de Wilson Simonal e o documentário
“Ninguém sabe o duro e que dei” que será lançado no dia 15 de Maio e não mais no dia 8.
Comentario de Nelson Mota
Comentários
Assim como vc eu tbm so verei esse documentario em dvd, pois ele so devera passar nos grandes centros e eu moro no interior.
O jeito é aguardarmos
abraço