Na terceira desse bate-papo (dividido em 4 partes), Marco Mattoli nos conta sobre as gravações de "Samba Incrementado", segundo album do Clube do Balanço.
Arquivo - E como pintou o Samba Incrementado ?
Mattoli - Na hora que lançamos o primeiro cd, começamos sair do circuito Grazie A Dio / Blen Blen. E começaram a aparecer os shows.
Começamos fazer shows com mais frequência e a banda passou a ser mais coesa.
Então em 2004 nós resolvemos fazer o segundo disco "com cara de banda".
Só nós, sem tanta gente de fora. Esse foi o clima do Samba Incrementado, que foi um disco um pouco mais autoral.
Arquivo - E a idéia das faixas instrumentais ? Até pintar o Clube poucos tocavam, pelo menos as bandas dessa nova geração.
Mattoli - Exatamente por causa do baile. Nós íamos aos bailes e víamos aquela massa dançando Jimmy Smith, um p... jazz sofisticado.
E eu pensava:
“Que sacanagem falar que brasileiro não gosta de boa música, não sabe admirar música sofisticada. Olha que cabeça pequena.
Um pessoal da periferia, alguns sem instrução alguma, e ouvindo uma discotecagem sofisticadíssima."
Quando levei o Beco, um australiano da gravadora Crammed, num baile do Green Express, ele disse:
"Um DJ desse em Nova York ganharia mil dólares por noite. Isso é uma discotecagem sofisticadíssima. É difícil ouvir lá fora uma discotecagem tão sofisticada como essa."
E tudo isso em plena Avenida Rio Branco, no centro da cidade...
Arquivo - E aqui ninguém dá valor...
Mattoli - Por isso a gente achou que instrumental era uma coisa legal.
O Maita é um baita pianista de Bossa Nova, muito cascudo. Tem também o Tiquinho, o Reginaldo...
Eu perguntei:
“Vamos fazer umas instrumentais ?"
E eles:
"É Claro. Vamos Gravar !!!”
Arquivo - Vocês gravaram "Balaio" do Sérgio Carvalho e "Muito Incrementado", do D'angelo. Para buscar os direitos foi fácil ?
Mattoli - Não, deram vários rolos. Porque são gravações muito obscuras.
Muito Incrementado foi um caso. Ficamos meses procurando quem que era o autor dela (Jean Zanoni).
Arquivo - Não tinha registro disso ?
Mattoli - Nada, porque esse disco é de sessenta e pouco e o cara tinha um pseudônimo pra um disco, um pseudônimo pro outro.
Arquivo - Igual o Ed Lincoln, que tem o De Savoya, Ed Kennedy, Gloria Benson...
Mattoli - É, mas o Ed Lincoln é um cara famoso.
O Muito Incremetado é dele, mas dele mesmo.
Arquivo - E esse Conjunto D'angelo só lançou dois discos com esse nome...
Mattoli - Aí a gente conseguiu através do Orlandivo o contato com um cara que conhecia ele.
Pegamos o contato com o filho dele, que tá morando na França.
Deu mais trabalho conseguir a autorização que gravar a música...
Arquivo - E como pintou o Samba Incrementado ?
Mattoli - Na hora que lançamos o primeiro cd, começamos sair do circuito Grazie A Dio / Blen Blen. E começaram a aparecer os shows.
Começamos fazer shows com mais frequência e a banda passou a ser mais coesa.
Então em 2004 nós resolvemos fazer o segundo disco "com cara de banda".
Só nós, sem tanta gente de fora. Esse foi o clima do Samba Incrementado, que foi um disco um pouco mais autoral.
Arquivo - E a idéia das faixas instrumentais ? Até pintar o Clube poucos tocavam, pelo menos as bandas dessa nova geração.
Mattoli - Exatamente por causa do baile. Nós íamos aos bailes e víamos aquela massa dançando Jimmy Smith, um p... jazz sofisticado.
E eu pensava:
“Que sacanagem falar que brasileiro não gosta de boa música, não sabe admirar música sofisticada. Olha que cabeça pequena.
Um pessoal da periferia, alguns sem instrução alguma, e ouvindo uma discotecagem sofisticadíssima."
Quando levei o Beco, um australiano da gravadora Crammed, num baile do Green Express, ele disse:
"Um DJ desse em Nova York ganharia mil dólares por noite. Isso é uma discotecagem sofisticadíssima. É difícil ouvir lá fora uma discotecagem tão sofisticada como essa."
E tudo isso em plena Avenida Rio Branco, no centro da cidade...
Arquivo - E aqui ninguém dá valor...
Mattoli - Por isso a gente achou que instrumental era uma coisa legal.
O Maita é um baita pianista de Bossa Nova, muito cascudo. Tem também o Tiquinho, o Reginaldo...
Eu perguntei:
“Vamos fazer umas instrumentais ?"
E eles:
"É Claro. Vamos Gravar !!!”
Arquivo - Vocês gravaram "Balaio" do Sérgio Carvalho e "Muito Incrementado", do D'angelo. Para buscar os direitos foi fácil ?
Mattoli - Não, deram vários rolos. Porque são gravações muito obscuras.
Muito Incrementado foi um caso. Ficamos meses procurando quem que era o autor dela (Jean Zanoni).
Arquivo - Não tinha registro disso ?
Mattoli - Nada, porque esse disco é de sessenta e pouco e o cara tinha um pseudônimo pra um disco, um pseudônimo pro outro.
Arquivo - Igual o Ed Lincoln, que tem o De Savoya, Ed Kennedy, Gloria Benson...
Mattoli - É, mas o Ed Lincoln é um cara famoso.
O Muito Incremetado é dele, mas dele mesmo.
Arquivo - E esse Conjunto D'angelo só lançou dois discos com esse nome...
Mattoli - Aí a gente conseguiu através do Orlandivo o contato com um cara que conhecia ele.
Pegamos o contato com o filho dele, que tá morando na França.
Deu mais trabalho conseguir a autorização que gravar a música...
Comentários
vlw
Quem sabe um dia ele topa dividir um pouco de seu conhecimento para o blog !!!!
(enquanto isso, aproveito pessoalmente he, he, he, he !!!!)